sábado, 3 de janeiro de 2009

Venha!

Mais uma noite fria chega e a cadeira ao meu lado permanece vazia. Aprendi a lidar com a sua ausência, ela me corta, me fere e precisei cuidar das cicatrizes. Esses ferimentos são suportáveis se comparados a ausência do amor que você diz sentir. A falta dele certamente me mataria. Seria então uma morte lenta, teria de me livrar aos poucos da areia que encheu meus bolsos, das taças espalhadas pela casa e das velas que enfeitam o banheiro.
Ainda te espero, como aguardo por dias infinitos. Seu cheiro permanece ao meu lado esquerdo e as diversas notas que certa vez ecoaram por esses amplos salões o convidam, novamente, a dançar comigo. Deixa meu corpo mostrar ao seu que é aqui seu templo. Permita que após tanto tempo ainda possua a pureza e a curiosidade que transbordavam do seu ser.
Anseio por você. Por meses me apeguei a lembrança do seu olhar ciano. E agora que estás aqui, deixe de me ferir com sua ausência. Preencha meus lábios com seu hálito, toma o lugar que é teu por direito e conquista. Me faça perder o medo da morte de não tê-lo.

Nenhum comentário: