segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Eclosão

O que seria voar se não apenas a alma buscando mais de si mesma?
Ardendo, clamando, desabrochando pelas fronteiras da própria carne.
Se essas possuem asas desatadas é inevitável o eclodir do corpo incontido.
Move-se o corpo e junto com sua essência se exaltam seus desejos.

O homem e a música foram feitos através de um ritmo interno.
Ritmo esse que marca a pedra na força da sua determinação
Sua a pele com a persistência na busca da perfeição,
E queima o espírito com a paixão em prol de um ideal.
Reconhece a si na arte que corta o ar e que risca o chão.

Um grito em gestos, um beijo doce ritmado, olhar terno, corpo exaltado.
Estar em tudo e ser o par, ocupar o espaço que engana e graceja do real ao irreal.
Porque quando há dança, inexistente é o solo e tampouco o ar,
apenas existe o fenômeno de flutuar.

Assim a alma canta e silencia
Aconchega no corpo que antes era fronteira e agora é totalidade.
O espaço de todos os corpos e seres faz-se suave.
Satisfação que preenche o todo. Prazer que inunda o ser.

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